Dominique Wolton, autor de Internet, e depois? |
Seguindo o seu calendário de atividades, o grupo TV em Transição começou a discussão sobre livro “Internet, e depois?” de Dominique Wolton no dia 09/11. Na ocasião, Pollyanna Melo apresentou a Introdução (Uma nova era na comunicação) e o Capítulo I (A comunicação no coração da modernidade) e Nathan Cirino ficou responsável pelos Capítulos II (Mídias generalistas e grande público) e III (As novas tecnologias, o indivíduo e a sociedade).
Em meio a um debate caloroso, algumas ideias do autor francês marcaram o encontro. Wolton ressalta a importância de se estudar não só as transformações tecnológicas, mas as mudanças sociais e culturais que a comunicação poderá sofrer. Ele chega a questionar, inclusive, se realmente existe uma ruptura do ponto de vista de uma teoria da comunicação entre as mídias de massa e as novas tecnologias, nos alertando para não reduzirmos a comunicação a um acontecimento técnico, e que embora este seja mais rápido que a inovação cultural ou social, nem sempre mudará o estatuto geral da sociedade.
O autor também alerta para certa desvalorização das mídias de massa em comparação às mídias individuais e interativas, o que pode acarretar numa individualização dos gostos e comportamento em detrimento do vínculo social e da coabitação cultural dentro da comunidade internacional. Segundo Wolton, enquanto há uma desconfiança permanente em relação às mídias de massa, existe uma confiança absoluta a respeito das novas tecnologias. O mito da onipotência e da manipulação não roda as novas mídias.
O livro também faz uma crítica ao inexpressivo número de reflexões e análises perante a extraordinária rapidez de mudanças relativas à comunicação. É como se questionar, ser crítico, fosse ser hostil ao progresso. Há uma certa ideologia de que as novas mídias já trouxeram consigo as respostas; a onipresença da tecnologia em todos os atos da vida cotidiana traz uma banalização tranquilizadora. Por outro lado, Wolton lembra que o rádio e a televisão ainda continuam a ser os principais meios de informação, de distração, de cultura e de abertura para o mundo. Por isso, deve-se evitar uma visão maniqueísta entre as mídias de massa e as novas mídias a fim de se conseguir um estudo aprofundado sobre as questões da comunicação.
Por Pollyanna Melo (sem twitter, por enquanto...)