terça-feira, 30 de novembro de 2010

GTVT discute obra de Dominique Wolton


Dominique Wolton, autor de Internet, e depois?

Seguindo o seu calendário de atividades, o grupo TV em Transição começou a discussão sobre livro “Internet, e depois?” de Dominique Wolton no dia 09/11. Na ocasião, Pollyanna Melo apresentou a Introdução (Uma nova era na comunicação) e o Capítulo I (A comunicação no coração da modernidade) e Nathan Cirino ficou responsável pelos Capítulos II (Mídias generalistas e grande público) e III (As novas tecnologias, o indivíduo e a sociedade).

Em meio a um debate caloroso, algumas ideias do autor francês marcaram o encontro. Wolton ressalta a importância de se estudar não só as transformações tecnológicas, mas as mudanças sociais e culturais que a comunicação poderá sofrer. Ele chega a questionar, inclusive, se realmente existe uma ruptura do ponto de vista de uma teoria da comunicação entre as mídias de massa e as novas tecnologias, nos alertando para não reduzirmos a comunicação a um acontecimento técnico, e que embora este seja mais rápido que a inovação cultural ou social, nem sempre mudará o estatuto geral da sociedade.

O autor também alerta para certa desvalorização das mídias de massa em comparação às mídias individuais e interativas, o que pode acarretar numa individualização dos gostos e comportamento em detrimento do vínculo social e da coabitação cultural dentro da comunidade internacional. Segundo Wolton, enquanto há uma desconfiança permanente em relação às mídias de massa, existe uma confiança absoluta a respeito das novas tecnologias. O mito da onipotência e da manipulação não roda as novas mídias.

O livro também faz uma crítica ao inexpressivo número de reflexões e análises perante a extraordinária rapidez de mudanças relativas à comunicação. É como se questionar, ser crítico, fosse ser hostil ao progresso. Há uma certa ideologia de que as novas mídias já trouxeram consigo as respostas; a onipresença da tecnologia em todos os atos da vida cotidiana traz uma banalização tranquilizadora. Por outro lado, Wolton lembra que o rádio e a televisão ainda continuam a ser os principais meios de informação, de distração, de cultura e de abertura para o mundo. Por isso, deve-se evitar uma visão maniqueísta entre as mídias de massa e as novas mídias a fim de se conseguir um estudo aprofundado sobre as questões da comunicação.


Por Pollyanna Melo (sem twitter, por enquanto...)

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Tecnologias e roteiro são temas de eventos em SP

Braulio Mantovani (Tropa de Elite I e II) e Nathan Cirino (GTVT)

O instituto presbiteriano Mackenzie, de São Paulo, realizou nos dias 16 a 19 de novembro o I Workshop de Tecnologias para o Vídeo Digital e o II Seminário Histórias de Roteiristas, abordando o crescimento da área de vídeo e roteiro no mercado do entretenimento brasileiro. O membro do GTVT Nathan Cirino (@nathancirino) acompanhou os eventos com publicação de seu artigo intitulado “A interface do filme interativo e sua usabilidade narrativa”, apresentado na mesa temática de novas mídias, no último dia do evento.
Na terça, dia 16, o workshop trouxe diversas tecnologias de câmeras da Panasonic e Sony, representadas por membros das respectivas companhias, falando de tudo que há de mais novo nas linhas de produção das fabricantes. O destaque foi para câmeras que filmam com resolução de mais de quatro mil linhas, chamadas câmeras 4k, e para o modelo 3DA1, a câmera com duas lentes que filma em 3D, da Panasonic. Entre demonstrações de novas tecnologias e softwares para tratamentos de imagem e edição de vídeo estereoscópico, o workshop contou com discussões muito relevantes sobre a implementação do sistema 3D na televisão aberta brasileira.
Dos dias 17 a 19, o II Seminário histórias de roteiristas trouxe diversos convidados entre teóricos e profissionais do roteiro para discutirem a chamada “era dos roteiristas”, onde, segundo alguns palestrantes, nunca se precisou tanto de pessoas que estejam capacitadas para organizar e criar universos narrativos. Entre os convidados estavam nomes como Newton Cannito, atual secretário do audiovisual do Ministério da Cultura e também roteirista, e Roberto Moreira, professor de roteiro da ECA –USP. Outros nomes fortes do mercado estiveram presentes como Karolina Kotscho, roteirista do filme Dois filhos de Francisco, e Bráulio Mantovani, roteirista dos filmes Tropa de Elite 1 e 2, e também único brasileiro indicado ao Oscar por melhor roteiro, por seu trabalho no filme Cidade de Deus.
O workshop e o seminário realizados pelo Instituto Mackenzie trouxeram à tona a importância de se discutir e compartilhar experiências relacionadas ao roteiro de ficção e associá-las ao desenvolvimento das tecnologias da atualidade. A “era dos roteiristas”, como foi colocado durante o evento, não tem apenas foco no profissional do roteiro, nem muito menos nas tecnologias e linguagens novas, mas sim na construção de uma linguagem narrativa que consiga associar a boa produção de conteúdo com o melhor que a tecnologia tem a oferecer.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Maurício Mota fala sobre transmidiação na UFPE


Professores e integrantes do GTVT com Maurício Mota
   
Maurício Mota, co-fundador e chief os storytelling officer da empresa The Alchemists (Os Alquimistas), bem como responsável pela Divisão de Comunicação Transmídia na Rede Globo, esteve na Universidade Federal da Pernambuco comandando um dos turnos do Seminário Transmidiação, as experiências no Brasil (11/11/2010), organizado pela professora Yvana Fechine em parceria com o Globo Universidade.

Na palestra, Maurício Mota contou um pouco da sua experiência e seu trabalho com narrativas e narrativas transmidiáticas (transmedia storytelling), destacando o poder de boas histórias e a importância dos fãs. "As histórias fazem parte das nossas vidas, desde sempre. Contamos histórias porque queremos dizer alguma coisa, porque visamos atingir algum objetivo, seja ele ensinar, transmitir alguma mensagem, ou simplesmente, divertir, entreter", disse Mota.

O segredo para o sucesso de uma experiências transmídia, de acordo com o especialista, trata-se de saber contar uma história inteligentemente, conseguindo despertar a atenção do público, cativar os telespectadores, criar um universo interessante para os fãs, pois são eles que desempenham o papel fundamental de aprofundar a história. Para Mota, "se uma história não for boa, não adianta utilizar 300 plataformas midiáticas, porque ela não vai funcionar, porque as pessoas não vão se interessar e não vão existir fãs para aprofundar seu envolvimento".

Maurício Mota enfatizou que as transmedia storytelling não é simplesmente jogar conteúdos em diversas plataformas globais e/ou locais, mas saber elegê-las cuidadosamente. Não é só oferecer mais histórias para uma audiência já conhecida, mas é também contar uma história de novas maneiras que atraiam, cativem e convidem pessoas que ainda não tiveram a oportunidade de conhecer essa experiência. E, tudo isso, é válido salientar, não está estreitamente ligado à tecnologia.

Enfatizou-se ainda que a transmidiação funciona a partir de uma mídia principal, chamada por ele de nave mãe. Essa nave mãe é entendida como a história e a mídia regente, a partir de qual todas as outras se desenvolvem. Ela deve ser concebida com vários elementos orgânicos que possibilitem originar outras narrativas, mas sempre, relacionadas à narrativa principal, para que dessa forma, seja criado um universo e a história não se perca.

Como exemplos bem sucedidos de narrativas transmidiáticas, Maurício Mota citou Sherazade, Star Wars, Buffy, Heroes, entre outras. Para destacar a necessidade de uma boa história, falou sobre Heroes, o maior case de transmedia storytelling, com a utilização de 37 desmembramentos e que foi extremamente lucrativo, mas que acabou, simplesmente porque a história deixou de ser interessante. Por fim, alertou: "devemos nos desprender da questão tecnológica e atentar para a construção da história".

Por Marcela Costa (@celacosta)

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Seminário Transmidiação: experiências no Brasil


Marca Globo
Por MKT Globo Nordeste
  
No dia 11 de novembro, das 9h às 17h30, a TV Globo realizará o Seminário “Transmidiação: as experiências no Brasil”  no auditório do Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco. O encontro é uma iniciativa do Globo Universidade em parceria com os Programas de Pós-graduação em Comunicação e em Ciências da Computação, da UFPE, e tem como objetivo discutir o fenômeno da transmidiação e a emergência da transmedia storytelling a partir das experiências da TV Globo.

Como representantes da TV Globo participarão da mesas o Maurício Mota (The Alchemists/TV Globo), o Bernardo Magalhães (Gerente de Produto Transmídia da CGCOM), o Alex Medeiros (Gerente de Desenvolvimento de Formatos da Central Globo de Produção) e a Rosa Magalhães (Diretora de Desenvolvimento de Novas Mídias Jornalísticas da CGJ). O objetivo do seminário é discutir o papel da televisão no desenvolvimento de projetos transmídias, mostrar as experiências que vêm sendo desenvolvidas pela TVG e o cenário atual.


09:30 – 12:00 – Sessão 1.  Transmidiação e transmedia storytelling: o que é, como se faz, quem faz

Palestrante: Maurício Mota (The Alchemists/Globo)
Debatedoras: Yvana Fechine (UFPE: PPGCOM) e Karla Patriota (UFPE: PPGCOM)
Mediador: Carlos Ferraz (UFPE: CIn, CESAR)

12:00 – 14:30 – Intervalo para almoço

14:30 – 17:30 – Sessão 2. Produção de conteúdos transmidiáticos: a experiência da Globo

Palestrantes: Bernardo Magalhães (Gerente de Integração Transmídia da Central Globo de Comunicação), Alex Medeiros (Gerente de Desenvolvimento de Formatos da Central Globo de Produção) e Rosa Magalhães (Diretora de Desenvolvimento de Novas Mídias Jornalísticas da Central Globo de Jornalismo)
Debatedores: Alexandre Figueirôa (UNICAP) e Carlos Ferraz (UFPE: CIn, CESAR)
Mediadora: Yvana Fechine (UFPE: PPGCOM)

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Afrodite no ciberespaço: a era das convergências

Fãs noveleiros e transmediação: sinalização de formatos na telenovela brasileira, escrito por Lívia Cirne e Pollyanna Melo, integrantes do Grupo de Trabalho TV em Transição, é um dos capítulos do ebook Afrodite no ciberespaço: a era das convergências, organizado pelo professor Cláudio Cardoso de Paiva et al, lançado no ABCiber 2010.

Dividida em dois momentos, a obra abrange textos sobre “essências e substratos da cibercultura” e “construções informativas e jornalísticas no ciberespaço”. A Wikipédia, o blog, o Twitter, o Orkut, o webjornalismo, a TV interativa, a “art-net”, os games, as narrativas telemáticas, o marketing digital, a ciberpirataria e o ciberativismo são alguns dos objetos de pesquisa inscritos neste trabalho. Conformam práticas hipermidiáticas recentes, estudadas basicamente por autores pertencentes à chamada geração digital.

O Afrodite no ciberespaço: a era das convergências pode ser solicitado pelo email da editora Marca de Fantasia.


Afrodite no ciberespaço: a era das convergências

Cláudio Cardoso de Paiva, Marina Magalhães de Morais e Allysson Viana Martins (orgs.)
SérieVeredas, nº 20
João Pessoa: Marca de Fantasia, 2010. 232p. Arquivo digital. Gratuito, a pedido.
978-85-7999-0xx-x