segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Maurício Mota fala sobre transmidiação na UFPE


Professores e integrantes do GTVT com Maurício Mota
   
Maurício Mota, co-fundador e chief os storytelling officer da empresa The Alchemists (Os Alquimistas), bem como responsável pela Divisão de Comunicação Transmídia na Rede Globo, esteve na Universidade Federal da Pernambuco comandando um dos turnos do Seminário Transmidiação, as experiências no Brasil (11/11/2010), organizado pela professora Yvana Fechine em parceria com o Globo Universidade.

Na palestra, Maurício Mota contou um pouco da sua experiência e seu trabalho com narrativas e narrativas transmidiáticas (transmedia storytelling), destacando o poder de boas histórias e a importância dos fãs. "As histórias fazem parte das nossas vidas, desde sempre. Contamos histórias porque queremos dizer alguma coisa, porque visamos atingir algum objetivo, seja ele ensinar, transmitir alguma mensagem, ou simplesmente, divertir, entreter", disse Mota.

O segredo para o sucesso de uma experiências transmídia, de acordo com o especialista, trata-se de saber contar uma história inteligentemente, conseguindo despertar a atenção do público, cativar os telespectadores, criar um universo interessante para os fãs, pois são eles que desempenham o papel fundamental de aprofundar a história. Para Mota, "se uma história não for boa, não adianta utilizar 300 plataformas midiáticas, porque ela não vai funcionar, porque as pessoas não vão se interessar e não vão existir fãs para aprofundar seu envolvimento".

Maurício Mota enfatizou que as transmedia storytelling não é simplesmente jogar conteúdos em diversas plataformas globais e/ou locais, mas saber elegê-las cuidadosamente. Não é só oferecer mais histórias para uma audiência já conhecida, mas é também contar uma história de novas maneiras que atraiam, cativem e convidem pessoas que ainda não tiveram a oportunidade de conhecer essa experiência. E, tudo isso, é válido salientar, não está estreitamente ligado à tecnologia.

Enfatizou-se ainda que a transmidiação funciona a partir de uma mídia principal, chamada por ele de nave mãe. Essa nave mãe é entendida como a história e a mídia regente, a partir de qual todas as outras se desenvolvem. Ela deve ser concebida com vários elementos orgânicos que possibilitem originar outras narrativas, mas sempre, relacionadas à narrativa principal, para que dessa forma, seja criado um universo e a história não se perca.

Como exemplos bem sucedidos de narrativas transmidiáticas, Maurício Mota citou Sherazade, Star Wars, Buffy, Heroes, entre outras. Para destacar a necessidade de uma boa história, falou sobre Heroes, o maior case de transmedia storytelling, com a utilização de 37 desmembramentos e que foi extremamente lucrativo, mas que acabou, simplesmente porque a história deixou de ser interessante. Por fim, alertou: "devemos nos desprender da questão tecnológica e atentar para a construção da história".

Por Marcela Costa (@celacosta)

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